Harvard Cancela Projeto de Geoengenharia para Preservar Narrativa Climática
Resolver a 'crise climática' é ruim para os negócios do clima
Não deixe de conferir as frases da semana na Gazeta do Povo!
Nota: Para fins de discussão, neste texto vou tratar as tais ‘mudanças climática causadas pelo homem’ como se fossem a verdade absoluta. Sinto muito se isso te ofende. E se não te ofender, sinto ainda mais.
“6Agora, sabeis perfeitamente que algo o detém, de modo que ele só se manifestará a seu tempo. 7Porque o mistério da iniquidade já está em ação, apenas esperando o desaparecimento daquele que o detém.”
2 Tessalonicenses 2
Mês passado, a Universidade de Harvard decidiu encerrar o controverso “Experimento de Perturbação Controlada Estratosférica” (ou SCoPEx, na sigla em inglês), um dos muitos experimentos de geoengenharia patrocinados por Bill Gates.
‘Geoengenharia’ é o nome que se dá aos métodos experimentais para tentar mudar o clima em larga escala e reverter o suposto aquecimento global. Conduzido pelos professores David Keith e Frank Keutsch, o SCoPEx tinha como objetivo estudar os potenciais benefícios de pulverizar ácido sulfúrico na estratosfera para bloquear a luz solar. Que bom.
Deixando de lado a credibilidade quase instantânea que um experimento desse daria a teorias da conspiração como os chemtrails1 e o HAARP2, ainda soaria imprudente jogar roleta-russa com a nossa atmosfera assim — de uma forma sem precedentes e potencialmente catastrófica.
Mas, não vamos nos enganar. O projeto não foi cancelado por medo de brincar de forma irresponsável com a venusformação da Terra. Nem foi devido aos ocasionais (e cada vez mais frequentes) escândalos de plágio envolvendo professores de Harvard ou preocupações com a falta de diversidade dentro de sua torre de marfim.
Não, de acordo com o MIT Technology Review, foi por outra razão completamente diferente, “o simples fato de se estudar a possibilidade de geoengenharia alivia a pressão social para reduzir as emissões de gases de efeito estufa”, esclareceram. O jornal Harvard Crimson também observou que “uma minoria barulhenta de cientistas manifestou preocupação de que a tecnologia do SCoPEx possa fornecer uma desculpa para reduzir a pressão para cortar as emissões”.
E aí está a ironia. Consertar as tais ‘mudanças climáticas’, sem destruir o capitalismo e tudo o que o Ocidente representa, não ajuda em nada a revolução. Que desperdício de uma boa crise! Ou seja, o business das ‘mudanças climáticas’ prospera quanto maior for o alarmismo climático. Quem diria?
Não me levem a mal, Harvard fez a coisa certa ao cancelar o projeto. E não apenas por conta dos riscos incomensuráveis. Para começar, o projeto estava repleto de conflitos de interesse, com doadores se transformando em membros do corpo docente, e fundos de investimento e bilionários canalizando dinheiro através de ONGs de fachada. O campo de testes se mudou do escaldante Arizona para a gélida Suécia na calada da noite, onde planejavam lançar um balão de ensaio sem obter licenças ou comunicar à população local. Tudo isso enquanto os pesquisadores deixavam questões sobre direitos de patente e propriedade intelectual em aberto.
Toda Ciência é Ciência Política
“A idéia de que você pode excluir a política da medicina ou da saúde é historicamente ignorante. O establishment médico deve ser muito mais politizado, não menos.”
Richard Morton, editor-chefe do periódico ‘científico’ The Lancet
O Harvard Crimson mencionou uma tal ‘minoria barulhenta de especialistas’, entre eles está Chris Field, do Instituto Woods para o Meio Ambiente da Universidade de Stanford. Field acredita que reduzir as emissões drasticamente é a única maneira de salvar o mundo e, mesmo que a geoengenharia “funcionasse espetacularmente”, ainda não resolveria “todos os impactos” das mudanças climáticas.
Quais impactos? Bem, felizmente, uma carta do Conselho Saami, representando tribos indígenas do Norte da Europa e da Rússia, para o Comitê Consultivo do SCoPEx explica: “os efeitos sociopolíticos irreversíveis que poderiam comprometer os esforços mundiais necessários para alcançar sociedades com zero carbono.”
Então, o que temos em nossas mãos é um duelo entre três pistoleiros: a geoengenharia tecnocrática, o planejamento econômico centralizado e a revolução social, todos apontando armas uns aos outros. O que está em jogo? Se plebe rude acreditar que uma solução tecnológica está próxima, podem hesitar em realizar os sacrifícios necessários para derrubar o capitalismo e apaziguar os deuses do clima.
Raymond Pierrehumbert, um guru da física na Universidade de Oxford, resume a idéia, comparando a geoengenharia a um “analgésico”, provendo uma ‘alívio’ à geração Tik Tok, e os distraindo de lutar a boa luta. Sorte nossa que Raymond é físico, não médico.
E ainda há o ETC Group, um culto extremista fundamentalista do clima, proclamando que o fim estará ainda mais próximo se cometermos a heresia de pensar na geoengenharia. “Esses experimentos são jogos-de-cena de um teatro político de alto risco”, disse Jim Thomas, porta-voz do ETC. Thomas está preocupado que o experimento seja um grande esquema para enganar o público e uma oportunidade para bilionários encherem os bolsos. Acho que ele pode ter razão…
Até Greta Thunberg já deu um pitaco, com seu habitual charme apocalíptico. “A natureza está fazendo tudo o que pode; está gritando para que recuemos, para pararmos — e estamos fazendo exatamente o oposto”. Ainda que se referisse ao projeto em si, Greta não conseguiu deixar de ser genérica.
David Keith do SCoPEx, em defesa de seu trabalho, compara os céticos da geoengenharia àqueles que um dia argumentaram contra airbags, alegando que o equipamento incentivaria motoristas imprudentes. Do meu ponto de vista, os críticos se assemelham mais aos pais das supostas ‘crianças trans’ afligidos pela síndrome de Munchausen por procuração, que, em sua fixação em ‘transicionar o clima’, jogam toda cautela ao vento.
Os Katechons Climáticos
“O katechon representa as forças que resistem à dissolução do significado e à descida ao niilismo, agindo como um guardião contra o caos do não-ser.”
Paul Tillich
O conceito de ‘katechon’ vem da Segunda Carta de São Paulo aos Tessalonicenses no Novo Testamento. O termo em grego significa ‘aquele que detém’ ou ‘aquele que segura’. São Paulo escreve sobre uma força (ou figura) que previne que o Anticristo se revele até que chegue a hora certa, restringindo todo o caos e ilegalidade associados à sua vinda.
Por outro lado, ao fazer isso o katechon também atrasa o retorno de Cristo — o que se dará somente após a vinda do Anticristo —, adiando a redenção e a salvação final dos justos.
Além de suas origens na escatologia cristã, a idéia do katechon oferece uma dinâmica rica para a análise sociopolítica de todos os matizes, como uma metáfora para os poderes e princípios imperfeitos que resistem ao caos, desordem ou o mal, mantendo uma aparência de ordem e prevenindo o colapso total da sociedade ou da moralidade.
Teóricos já associaram a idéia de um katechon a instituições tão diversas quanto o Império Romano, a ONU, a imprensa e até o livre-mercado.
Acontece que o culto fundamentalista do clima também tem seus katechons: ‘tecnologias de transição’ como hidrogênio azul, a captura e armazenamento de carbono e geoengenharia. Soluções temporárias que não acabarão com os combustíveis fósseis, apenas retardarão o que o evangelho climático prega como a ascensão inevitável do Anticristo (as ‘mudanças climáticas’) que eventualmente trará o Reino por vir (a revolução socialista).
Chesterton provavelmente está se revirando no túmulo, assistindo as ‘virtudes cristãs enlouquecidas’ se transformarem em eco-mania vulgar.
(Nota: A fusão nuclear deveria ser outro katechon climático. No entanto, é improvável que o lobby climático possa impedir seu avanço quando a tecnologia estiver madura. Como prova, apesar das guerras e sanções, a Rússia continua sendo um jogador-chave nos planos de fusão nuclear do Ocidente. Tão certo como dois mais dois são cinco.)
O apelo do katechon está exatamente em sua ambiguidade, aberto a interpretações contraditórias, mas complementares, de como ele mantém o trem da história nos trilhos, equilibrando-se entre a cruz e a espada. Ao distorcer esse conceito milenar em sua própria narrativa apocalíptica, o lobby climático mostra que está se aproximando perigosamente de dominar totalmente a arte de construir mitos fundacionais.
A Solução Grande e Ruim
“Nenhuma atividade de geoengenharia relacionada ao clima que possa afetar a biodiversidade [deve] ocorrer, até que haja uma base científica adequada para justificar tais atividades e uma consideração apropriada dos riscos associados para o meio ambiente e a biodiversidade e os impactos sociais, econômicos e culturais associados.”
Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica
Em 2010, quase todos os países do mundo concordaram com uma moratória global sobre a geoengenharia durante a Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica. No entanto, em níveis nacionais ou em escalas menores, isso ainda é uma possibilidade. O que mostra que a geoengenharia, mesmo pelos padrões frouxos do lobby climático, é uma idéia insana.
Como vimos nas enchentes em Dubai este ano, mesmo atividades de geoengenharia em pequena escala (como a semeadura de nuvens) podem ter resultados catastróficos e imprevisíveis. Apesar das teorias da conspiração, ainda não vi evidências de que a geoengenharia tenha influenciado a situação no Rio Grande do Sul. Um misto de descaso do poder público e um ano ruim de El Niño parecem uma explicação suficiente.
Os riscos da geoengenharia são muitos e relacionados: desestabilização dos padrões climáticos, colapso dos ecossistemas, comprometimento do fornecimento de alimentos e água para bilhões. E provavelmente requereria uma governança global distópica e totalitária para completar. Sem mencionar que a militarização também é um medo real.
Michael Mann, professor de ciência atmosférica na Universidade Penn State, pinta um quadro sombrio: para tornar a geoengenharia em larga escala viável, seria necessário causar regularmente algo equivalente a uma erupção vulcânica como a do Pinatubo. “Provavelmente tornaria nossos continentes muito áridos, causando grandes secas... É uma aposta tola”, disse ele.
Apesar de Harvard ter recuado um pouco, os sonhadores e conspiradores continuam. A startup Make Sunsets, por exemplo, está por aí lançando balões cheios de dióxido de enxofre e potenciais problemas, em um esforço para “escurecer o sol”. E não esqueça de George Soros (quem mais?), durante uma conferência recente, compartilhando candidamente seus devaneios de ‘iluminar’ as nuvens sobre o Ártico para refletir a energia do sol para longe das calotas polares.
Harvard não se retirou completamente, no entanto. A universidade anunciou que continuará a pesquisa na área através de seu Programa de Pesquisa em Geoengenharia Solar, financiado por Bill Gates, Fundação Hewlett, Fundação Alfred P. Sloan e outros com bolsos fundos e braços longos.
Buscando ampliar sua reserva de mercado em ESG, Harvard estabeleceu em 2019 o Comitê Consultivo do SCoPEx, para criar modelos de governança para futuras políticas públicas de geoengenharia. Seu ex-presidente, Shuchi Talati, foi nomeada chefe de gabinete no Escritório de Energia Fóssil e Gestão de Carbono, sob o Departamento de Energia de Joe Biden.
O Comitê teve que lidar com questões profundas: Pesquisar geoengenharia solar é eticamente correto? Quem decide sobre sua implementação? Seu uso pode ser governado de maneira eficaz? Devo confessar que achei a resposta do projeto SCoPEx decepcionante: essas preocupações “não devem ser responsabilidade da pesquisa de geoengenharia solar.”
Então, este é o estado das artes em geoengenharia: um punhado de ideólogos encastelados em universidades de elite — e apoiados pela riqueza e prestígio dos bilionários de sempre — preparando o terreno para algo grande e extremamente arriscado, enquanto já se entrincheiram no núcleo da formulação de políticas públicas. Raramente tão poucos têm a chance de monopolizar algo tão grande e de tanta consequência — com a exceção de armas nucleares, talvez.
E, sorte nossa, até agora eles só conseguiram dar tiros nos próprios pés, presos em uma situação em que resolver o problema seria um desastre para os próprios solucionadores. Isso os expõe como pessoas com recursos para desatar o nó górdio, mas que precisam de uma ginástica mental enorme para simplesmente amarrar seus próprios cadarços.
Supostas ‘trilhas químicas’ espalhadas por aviões.
Ou “High-frequency Active Auroral Research Program”, projeto da Força Aérea americana, supostamente para estudar o uso de ondas magnéticas com fins de manipulação climática.
Doações para o Rio Grande do Sul
Para quem estiver procurando uma forma de contribuir para aliviar a tragédia que abate o Rio Grande do Sul, deixo a sugestão da página da Diocese de Caxias do Sul, que repete a ação realizada durante as enchentes do ano passado. É possível fazer doações via PIX, pela chave (e-mail): doacoes@diocesedecaxias.org.br, para o fundo criado pela Diocese para o auxílio direto às populações mais afetadas. A Coordenação de Pastoral da Diocese estabeleceu um comitê central que irá gerir os recursos e sua distribuição.
Ainda bem que, por enquanto, desistiram. Não sei como simples particulares podem achar que tem esse direito.
Trata-se de pura loucura. Realmente causaria desastres maiores que a supostas mudanças climáticas causadas pelo homem.
Por isso uma das batalhas mais importantes é esclarecer as pessoas que o aumento do CO2, o composto químico mais caluniado da história, não causa aquecimento global. É o aquecimento natural do planeta que aumenta o CO2 - eles invertem causa e efeito!