Um Professor Negro e Anti-Racista Desce ao Inferno da Lacração
O que podemos aprender da ascensão e queda de um guerreiro da justiça social?
Não havia nada — absolutamente nada — de podre no Reino da Lacração, ou pelo menos era isso que o herói da nossa história, o Professor Vincent W. Lloyd, pensava. Lloyd é o renomado diretor de Estudos Africanos na Universidade de Villanova e autor do livro Black Dignity (ou “Dignidade Negra”, em uma tradução livre), descrito como “uma obra radical de um dos principais jovens estudiosos do pensamento negro” e “um esforço para descrever a filosofia subjacente ao movimento Black Lives Matter”.
Infelizmente, desta vez ele se encontrou no lado errado da história…
Lloyd estava ministrando um seminário de seis semanas para um grupo de doze estudantes do ensino médio escolhidos pela Telluride Association através de um “rigoroso processo de seleção”. O tema do seminário era Race and the Limits of Law in America (algo como “Raça e os Limites da Lei na América”), com quatro das seis semanas focando no racismo anti-negro e as duas semanas restantes no racismo anti-indígena e xenofobia.
Desde o começo, estava claro que havia um risco muito pequeno de que este seminário desse certo…
Uma Terra de Ninguém, Onde o Lacre é a Lei
Durante o seminário, os alunos foram convidados a praticar um ‘autogoverno democrático’ vivendo em comunidade e estabelecendo suas próprias leis. Era como uma versão de O Senhor das Moscas, porém salpicada com noções duvidosas de justiça social.
Os alunos votaram para expulsar dois colegas asiáticos por não darem destaque às vozes negras
Depois de quatro semanas, o número de alunos no seminário foi reduzido em dois. Os demais alunos haviam votado para expulsar dois colegas sino-americanos da ‘comunidade’. Segundo Lloyd, a ‘comunidade’ entendeu que esses alunos se recusavam a “dar destaque às vozes negras e se calar”.
Mas, como assim eles não deram destaque às vozes negras? Durante uma discussão sobre encarceramento em massa, um aluno sino-americano mencionou que 60% dos encarcerados nas prisões federais americanas são étnicamente brancos. Falha grave, uma vez que, segundo Lloyd, os alunos acabavam de aprender que privilegiar fatos objetivos, em detrimento ao lugar de falar, é uma ferramenta da suposta ‘supremacia branca’, em um workshop anterior.
“Fatos objetivos são uma ferramenta da supremacia branca”
Após uma semana focada nas questões de justiça social supostamente enfrentadas pelos nativos americanos, um grupo de alunos negros e seus ‘aliados’ afirmaram que haviam sido prejudicados porque não havia sido dada atenção suficiente ao racismo anti-negro. Poucos dias depois, os alunos sino-americanos foram expulsos do programa. Lloyd seria a próxima cabeça a rolar, conforme ele relata a cena dramática:
“Então, os nove estudantes restantes entraram, cada um carregando um pedaço de papel. Um por um, eles leram um parágrafo […] Eu usei linguagem racista. Eu referi-me a Brittney Griner [jogadora americana de basquete então presa na Rússia] com o pronome errado. Eu confundi repetidamente os nomes de dois estudantes negros. Minha linguagem corporal lhes parecia agressiva. Eu não corrigi fatos considerados preconceituosos quando os alunos (agora expulsos) os introduziram na aula. Eu os convidei a considerar ambos os lados de um argumento, quando apenas um lado estava correto.”
Se não soubéssemos a etnia de Lloyd, poderíamos cair na tentação de descartar seu testemunho como apenas mais uma reclamação de um homem branco e velho sobre a ‘cultura do politicamente correto’. No entanto, Lloyd é um professor negro, que liderou oficinas de Justiça Transformadora e Anti-Racismo, e publicou livros sobre racismo anti-negro e abolição das prisões. Sua raça não deveria importar, mas importa. O que isso diz sobre o estado do mundo?
Ele diz que a Lacração cospe no prato em que comeu, será verdade?
Após o incidente, Lloyd parece ter se tornado uma pessoa diferente. Só nos resta esperar que isso seja verdade, ao lermos suas declarações em uma entrevista de novembro de 2022 para a Yale Books:
“Não há hierarquia de opressões — exceto a opressão anti-negra, que está em uma classe própria […] O movimento Black Lives Matter trouxe à atenção da nação a diferença qualitativa do racismo anti-negro: a negritude é diferente de outras diferenças culturais”
Que nome se dá a alguém que acredita em hierarquias raciais e afirma que sua raça é diferente, única ou especial?
Em que momento Lloyd estava mentindo, então? Foi quando ele estava promovendo ideologias racistas politicamente corretas, ou quando ele afirma não ter idéia de como décadas de ideologias racistas politicamente corretas, como as que ele defendia, possam ter produzido extremistas tão racistas quanto, porém com o sinal inverso?
Assim como o proverbial cachorro que finalmente pega o próprio rabo, Lloyd achava que sua abordagem anti-racismo era a solução definitiva. Mas agora ele está se perguntando, para onde isto tudo está indo?
“Assim como outros da esquerda, eu havia sido desdenhoso das críticas ao discurso atual sobre raça nos Estados Unidos. Mas agora meus pensamentos se voltaram para aquele momento nos anos 1970, quando as organizações de esquerda implodiram, a necessidade de igualar e aumentar a militância de seus camaradas levando a uma cultura tóxica cheia de dogmatismo e desilusão. Como isso aconteceu com um grupo de estudantes do ensino médio esperançosos?”
Ele se diz perturbado pelos workshops que foram conduzidos durante o seminário, pois eles “transmitiram de forma grosseira certas afirmações dogmáticas”:
— Não há hierarquia de opressões — exceto a opressão anti-negra, que está em uma classe própria.
— Prisão nunca é a resposta.
— As pessoas negras precisam de espaço negro.
— Todas as pessoas não negras, e muitas pessoas negras, são culpadas de racismo anti-negro.
— Não há como escapar do racismo anti-negro.
Ele conclui que “se o seminário é como um restaurante fino, então a oficina anti-racista organizada por estudantes universitários é como fast-food.” Com razão.
A Anti-Teologia do Anti-Racismo
Em um livro recente citado por Lloyd, John McWhorter afirma que “o anti-racismo é uma nova religião”. Lloyd rejeita essa idéia, e agora considera o anti-racismo uma perversão da religião, similar a um culto.
“O anti-racismo é uma perversão da religião: um culto”
Ele compara os métodos usados pelo anti-racismo aos da Cientologia: as conexões com o mundo exterior são cortadas, um senso de urgência domina o ambiente, e os participantes são exaustos emocionalmente. Nesse estado vulnerável, os participantes são ensinados e se apegam a crenças dogmáticas, percebendo qualquer elemento externo como uma ameaça.
Em sua própria descida pessoal ao inferno da lacração, ele encontrou uma característica de um culto que ele acreditava estar faltando na história: uma líder carismática que impõe a segregação de seus seguidores do mundo exterior, cria vulnerabilidade emocional e implanta crenças dogmáticas.
Ele encontrou o ingrediente que faltava de um culto: uma líder carismática
Ele a chama de “Keisha” para manter seu anonimato. Ela era recém-formada em uma universidade de prestígio, especializada em Estudos Negros, sob a tutela de feministas negras, embora seu mentor mais conhecido seja um homem. Ela planejou dedicar sua vida à transformação da academia em direção à ‘justiça racial’. Como a esquerda sempre faz.
Keisha, que foi encarregada de organizar oficinas para os alunos à tarde, foi identificada por Lloyd como a antagonista da história.
No último dia da semana que tratou do racismo anti-negro, Lloyd convidou os alunos para sua casa para uma conversa seguida de um almoço. Ele começou a introduzir o debate, mas foi interrompido por Keisha, que disse: “acho que você deveria começar com uma palestra para dar o contexto para esta conversa e resumir os principais pontos”.
Lloyd lembrou à turma do formato do seminário e das razões para isso. Estes comentários serviram como gatilho para Keisha, que então iniciou um monólogo acalorado, acusando Lloyd de ignorar as necessidades de uma mulher negra e criar um ambiente inseguro para os alunos negros. Ela então declarou que levaria os alunos de volta para a casa comunitária sem participar do almoço planejado.
No dia seguinte, Lloyd foi informado de sua expulsão por Keisha e pelos nove alunos restantes.
Um Janus picado pela Ouroboros
O ‘expurgo’ do seminário é um resultado claro de uma tendência que está saindo do controle: racistas profissionais inseridos nas burocracias do governo, academia e empresas descobriram que podem aumentar sua renda e influência — sem questionamentos— promovendo ideologias extremas sob o pretexto de “diversidade, equidade e inclusão”.
Imagine o deus Janus, picado pela cobra Ouroboros, tentando devorar sua outra face, comprometendo tanto o passado quanto o futuro. É exatamente onde o chamado movimento anti-racista se encontra agora: perdendo de vista o futuro ao corromper o passado, e no processo, ficando perdido no presente, levando à sua autodestruição.
Já testemunhamos isso na Revolução Francesa, no ‘Grande Terror’ de Stalin, na ‘Revolução Cultural’ de Mao e nos nazistas durante a ‘Noite das Facas Longas’. Em cada um desses casos, os expurgos foram um meio de consolidar o poder, eliminar a dissidência e solidificar a autoridade do regime governante. O ‘seminário do expurgo’ é um microcosmo óbvio da nossa sociedade em 2023.
Como sabemos, todos esses regimes eventualmente caíram, deixando um rastro de sangue e lágrimas para trás. Mas esse não é o problema principal. O principal problema é que, na maioria das vezes — para regimes totalitários —, os expurgos representam o início de uma era mais repressiva, em vez de um sinal de que o fim está próximo para os opressores.
Meu novo livro, “Primavera Brasileira” está disponível na Amazon (em versões eBook e física). Confira abaixo:
Se você lê 1984 e vê o autoritarismo em nome do ‘bem comum’. Lê Admirável Mundo Novo e vê o totalitarismo em nome do ‘progresso’. Lê Fahrenheit 451 e vê a tirania em nome do ‘politicamente correto’. Quando acontece na vida real, não pode apoiar a censura em nome da ‘democracia’.
Fico feliz que os tiros tenham comeca a sair pela culatra. Lloyd queria lacrar e acabou lacrado fora do seu proprio grupo, sofrendo o racismo extremista (igual ao do Hitler quando dizia que nem todos eram tao brancos como eles e todo o resto).
Eu moro na Africa, aqui branco eh a excecao, mas eh absurdo o que a colonizacao fez com estes lugares. Ser branco aqui ainda eh um privilegio e perigoso.
Aqui o racismo nao eh por cor, mas tribal, pra nos que olhamos de fora eh muito estranho pq pensamos: pq eles estao se matando entre eles? Mas quando vc ve de perto, eles colocaram morando no mesmo pais a china e o japao, que tb sao etnias diferentes, mas que pra nos parecem todos iguais, assim como nos parecemos todos iguais pra eles.
Eu aqui sou confundido com arabe o tempo todo, pq tem muito libanes, que dominam os setores de comercio e industria, e quando falo pros africanos que sou brasileiro eles ficam confusos e felizes (pq eles odeiam os arabes): mas brasileiro nao eh negro tb? Assim eh em qualquer parte do mundo que vou, eles nao sabem nada alem da cultura escrota que vendemos pra fora. Aquelas novelas cheterrimas do Manuel Carlos e suas Helenas. (que so nessas novelas uma classe media tem empregada domestica 24hs por dia, um brasil utopico, ultra racista, pq classe media mal tem dinheiro pra pagar aluguel hoje em dia)
Na Africa, as castas ainda existem, e as familias tribais monarquicas ainda estao no poder, e se vc nao for de certa casta nao eh considerado nem humano, eh escravo mesmo, que na India, que os chamam de dhalits. Os proprios ricos da africa nao querem jamais que seu povo deixe de ser pobre, pq caso isso aconteca a familia deles perde o poder. Onde trabalho vc consegue ver a diferenca dos africanos bem nutridos, altos, de pele vicosa, musculosos da classe dominante e os que sobrevivem do lado de fora, magros, baixinhos e sofridos. Como sera que essa Keisha reagiria a esse racismo tribal? De qual lado ela ficaria? Pq aqui nao se trata mais de cor, mas nao deixa de ser um tipo de racismo.
So sei que esse mundo esta uma chatice, sem falar nesse maldito movimento trans, que agora sai drag queen de tudo quanto eh armario, todo mundo virou transformista da noite pro dia, ate cachorro ta usando peruca e querendo tirar as mamicas. E olha que sou gay assumido, e nao consigo ver nada de natural nesse movimento no minimo ridiculo e os brancos heteros da elite usando como bandeira pra parecerem inclusivos e bozinhos, mas que se fosse na familia deles internavam num hospicio. Tudo uma forma de desviar a atencao das coisas realmente importantes.
P.S.: falta de pontuacao eh pq meu teclado nao tem os acentos.
Qualquer movimento radical tende ao fracasso e à autodestruição.