Progressistas e Fascistas: Cúmplices na Destruição da Civilização Ocidental
A ignorância progressista ameaça entregar aos neonazistas a nossa herança comum mais preciosa
“A Grécia cativa capturou seu selvagem conquistador e trouxe as artes à rústica Lácio”
Horácio, poeta romano
Quando Quintius Horatius Flaccus, conhecido por nós como Horácio, escreveu essas palavras (no primeiro século a.C.), a maioria dos brancos do norte europeus — entre os quais estavam meus próprios ancestrais — dançavam nus batendo seus tambores em torno de fogueiras, oferecendo sacrifícios de animais — e talvez até seres humanos— aos caprichosos deuses pagãos.
Além das civilizadas costas do Extremo Oriente e da bacia do Mediterrâneo — que se estendiam desde o sul da Europa até as regiões do norte da África e do Oriente Médio — , o mundo era um mosaico de costumes primitivos. Somente após doze séculos completos é que os mais brancos dos brancos europeus beberam do cálice daquela antiga, mas sempre renovadora fonte de conhecimento que conhecemos como ‘Civilização Ocidental’.
É um equívoco, então, considerar a Civilização Ocidental como domínio exclusivo dos europeus brancos, pois embora suas contribuições tenham sido numerosas e profundas, eles foram inicialmente colonizados por uma cultura estrangeira, assim como os conquistadores romanos foram colonizados pelos próprios gregos que subjugaram. As palavras imortais de Horácio servem como lembrete dessa verdade.
Tomadas individualmente, a contribuição dos vários povos do norte da Europa para o grande mosaico de nossa herança cultural compartilhada não é mais significativa do que aquelas dos árabes, berberes, hindus, chineses ou mongóis, por exemplo. No entanto, uma cacofonia de vozes progressistas e da chamada ‘extrema-direita’ cantam em desarmonia, proclamando que a Civilização Ocidental é inerentemente branca e que sua forma final é a temida ‘supremacia branca’. Mas por quê?
Um Misto de Síndrome de Estocolmo com Apropriação Cultural
A característica marcante da Civilização Ocidental não está em sua evolução como uma cultura singular, como são as culturas chinesa ou hebraica que persistem da antiguidade até hoje, mas sim na confluência e refinamento de uma multiplicidade de culturas.
No entanto, um fio une esse rico mosaico: uma conexão do Deus de Aristóteles, passando pelo de Abraão e chegando ao de Einstein; do cinzel de Fídias aos animais de balões metálicos de Jeff Koons (por mais horrorosos que possam ser). Esse elemento unificador transcende a genética, a raça ou a etnia; é uma ideia, um sistema nervoso, o próprio tecido que dá coerência ao nosso mundo.
Claro, as bases do Ocidente estão ancoradas na tríade do Cristianismo, Filosofia Grega e Direito Romano. Mas esses pilares não foram erguidos por uma única força direcionadora, mas sim forjados a partir de desavenças, alianças, guerras, paz, inveja e amor. Nenhum dos elementos exigia qualquer motivação racial específica.
Muito pelo contrário. O Cristianismo dissipou a noção de um povo ‘escolhido’, estendendo a salvação indistintamente pela fé. Roma, também, foi construída sobre o alicerce do Estado de Direito, aplicável a todos. A filosofia grega não estava preocupada com o ‘lugar de fala’ dos atenienses ou a ‘verdade pessoal’ dos milesianos, mas sim com valores universais.
O cânone ocidental é universal — ou pelo menos tem a aspiração de ser universal — , desde as tragédias gregas até Shakespeare, referências a uma supremacia racial ou étnica são poucas e distantes entre si. Foi apenas com o início do declínio cultural do Ocidente, inaugurado pela chamada Era do ‘Iluminismo’ e seus princípios antropocêntricos e racistas, que ocorreu a racialização do cânone ocidental. Essa época, coincidência ou não, também testemunhou o auge do comércio transatlântico de escravos.
O Iluminismo, de fato, pode ter dado origem ao conceito de Civilização Ocidental, embora temos que prestar atenção e evitar confundir o mapa com o seu território.
Assim como Virgílio, a pedido de Augusto, reimaginou o status dos romanos como o povo escolhido para superar o mito fundador da loba (i.e. prostituta) criando dois meninos órfãos, os ‘iluminados’ sentiram-se compelidos a reimaginar sua herança longe de uma Europa medieval que florescia sob a tutela de um padre argelino pregando sobre um carpinteiro semita de uma terra distante.
Se os ‘iluminados’ deveriam ser os escolhidos, teria que ser pela razão, não pela fé. Em busca de validação, eles recorreram a padrões empíricos e qualidades mensuráveis. Uma Europa antropocêntrica, buscando libertação de uma teocracia universal, olhou para a cor da pele como meio de justificar sua supremacia.
Ao destronar Deus e exaltar o Homem, os ‘iluminados’ se viram diante da tarefa de criar um ideal humano — um übermensch anacrônico. No entanto, eles permaneceram em conflito com um mundo teocêntrico que lhes concedeu a própria razão, liberdade, ciência e artes que afirmavam defender. Em um golpe do destino, os ‘iluminados’ se viram nas garras de uma Síndrome de Estocolmo também anacrônica. Seu único recurso foi a apropriação cultural da Cultura Ocidental.
A Racialização da Civilização Ocidental
A ascensão da Civilização Ocidental estrangeira sobre as culturas dos europeus do norte foi alcançada através de um processo de assimilação — um processo que pode levar alguém a perceber a Cultura Ocidental como uma entidade ‘branca’ monolítica, erroneamente. É essa mesma ilusão que os ‘progressistas’ procuram explorar.
A noção de que o Ocidente não é exclusivamente branco vai além do reino abstrato das ideias, manifestando-se também em termos muito concretos. Até geneticamente, o europeu médio do sul era consideravelmente mais diverso do que seus homólogos do norte, com os europeus do sul tendo constantemente viajado muito além das fronteiras da Europa.
A diversidade foi uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento e progresso da Civilização Ocidental. No entanto, forças sinistras há muito conspiram para minar essa diversidade em sua busca para conquistar o Ocidente. Os nazistas, por exemplo, destruíram mais patrimônios culturais europeus, incluindo suas próprias raízes germânicas, do que qualquer outro inimigo — talvez com a única exceção de Napoleão.
Esse insidioso tribalismo racial serve como uma luva nas mãos da política de identidade da esquerda, que racializa persistentemente todos os aspectos da sociedade. A demonização e a beatificação da ‘branquitude’ têm a mesma raiz, produzindo os frutos gêmeos da culpa branca e da supremacia branca — ambos trabalhando em conjunto para desmantelar o Ocidente, pois ele representa tudo o que eles realmente odeiam.
O problema para os ‘progressistas’ anti-Ocidente não está na diversidade, mas na meritocracia. No Velho Mundo, a racialização do Ocidente foi considerada ‘necessária’ como meio de substituir um mundo teocêntrico por um secular. Hoje, os progressistas visam criar o mesmo truque com o objetivo de romper a ainda vigente lealdade cultural ao capitalismo e à democracia.
O Iluminismo buscou tornar anacronicamente a Civilização Ocidental branca, impondo a ela construções raciais de seu próprio design, que consagrariam um arquétipo particular de homem (o branco) no centro de todas as coisas. Uma ideia que falhou desde o início, pois nenhuma classe ou grupo pode encerrar toda uma cultura em si só, ou se desenvolver na ausência de uma fonte ética externa, independentemente de quão ‘perfeita’ seja a forma de seu crânio ou ponte nasal.
Assim como os ‘Iluminados’ de outrora, que agressivamente marcaram seu território para afirmar a dominação sobre o Ocidente, colhendo os benefícios de uma sociedade liberal, como a liberdade de expressão, de propriedade e religião; os progressistas agora buscam reivindicar o que há de bom no Ocidente e alimentar os abutres com o restos de seu cadáver.
A Vivissecção da Civilização Ocidental
“Der Fluß, der alles nimmt, ist kein Gewalttätiger, das Gewalttätige ist das Bett (O rio que leva tudo não é violento, é o leito que é violento)”
Bertolt Brecht, dramaturgo de DCE
À medida que os progressistas se esforçam para subverter a essência da Civilização Ocidental, eles continuam com seus ensaios para instaurar um regime fascista por completo. É por isso que constantemente temos a sensação de que o Dr. Mengele está conduzindo alguns experimentos sociais malucos em nós.
A acidez de nossos estômagos — que hoje está no seu pico mais alto — foi observada pela primeira vez pelo Dr. William Beaumont em 1822, ao tratar uma pobre diabo que sofria com uma ferida de bala no estômago.
Para estudar os efeitos da acidez, estados emocionais e temperatura na digestão, o Dr. Beaumont inseria diversos alimentos diretamente ao estômago, através do buraco da ferida, e monitorava as reações do infeliz indivíduo. Da mesma forma, os progressistas hoje canonizam criminosos violentos, colocam o rosto de homens confusos usando maquiagem em latas de cerveja e insistem que nossa extinção é iminente, a menos que comecemos a comer insetos para mudar o clima. E então verificam nossa reação.
Nós também fomos baleados no estômago, não apenas uma vez, mas várias vezes. O Iluminismo foi um desses casos, e agora continuamos no mesmo caminho com as políticas ‘progressistas’. Como resultado, a acidez de nosso estômago coletivo é continuamente testada como um ensaio para o futuro distópico que os progressistas vislumbram em um mundo pós-ocidental.
Mas, é claro, nem tudo é sofrimento. O consórcio ‘progressista’ moderno nos proporciona algum alívio na forma de séries enlatadas da Netflix e bens de consumo baratos made in China.
Ainda me lembro do período entre 2010 e 2013, quando os progressistas decidiram trasnferir a sociedade do hospital psiquiátrico para a mesa de cirurgia. Quando começaram a nos impor os hormônios bloqueadores de puberdade.
Uma década depois, já estão dissecando a sociedade ocidental para entender o funcionamento interno de nossos sistemas políticos, culturais e econômicos. Depois de concluírem sua vivissecção, planejam entregar os restos aos abutres da supremacia branca.
A Execução Simulada
“Laisse-toi donc aimer ! — Oh ! l’amour, c’est la vie.
C’est tout ce qu’on regrette et tout ce qu’on envie
Quand on voit sa jeunesse au couchant décliner.
Sans lui rien n’est complet, sans lui rien ne rayonne.
La beauté c’est le front, l’amour c’est la couronne:
Laisse-toi couronner !
(Deixe-se ser amado! — Oh! o amor é a vida.
É tudo que se lamenta e tudo que se inveja
Quando se vê a juventude declinando ao pôr do sol.
Sem ele, nada está completo, sem ele, nada brilha.
A beleza é a cabeça, o amor é a coroa:
Deixe-se ser coroado!)”
Victor Hugo
Nossa vivissecção foi precedida por uma execução simulada. Dostoiévski foi submetido a similar execução simulada, de pé diante de um pelotão de fuzilamento, chegou a acreditar que já estava morto. No entanto, foi apenas uma simulação e ele entendeu isso. Nós, por outro lado, abraçamos a ilusão da execução — nossa fé foi assassinada, nossa ciência silenciada e nossa lógica distorcida. Acreditamos que tudo o que resta são nossas almas estéreis e o tom cinzento de nossa pele zumbificada — um banquete para identitários de todos os tipos.
Na verdade, o que nos resta é tão rico que até seus maiores inimigos, os progressistas e supremacistas brancos, competem ferozmente por seus despojos.
Para os supremacistas brancos, isso proporciona uma triste falsificação de uma herança que lhes falta. Para os progressistas, oferece a chance de transformar os verdadeiros gigantes que temem enfrentar em moinhos de vento mais fáceis de se combater.
Outra característica compartilhada entre essas facções é a crença egoísta de que o mundo surgiu no dia em que nasceram. Eles ignoram os inúmeros indivíduos que contribuíram para o edifício da Civilização Ocidental para satisfazer os caprichos daqueles que surgiram no dia ontem já ansiosos em derrubá-la.
É até plausível que supremacistas brancos e progressistas estejam cientes de seu objetivo comum: um renascimento neopagão. Com metanfetaminas e cristais de meditação grátis para todos.
Independentemente das opiniões individuais, somos todos produtos da Civilização Ocidental — nossa linguagem, visões de mundo, ciência, política, fé e filosofia. Todos somos ocidentais.
Eles podem tentar recriar a Bíblia, com Judas como o Messias, mas lhes falta a imaginação para criar uma alternativa à Bíblia. Eles podem reescrever Otelo com Iago como o herói, mas lhes falta a fibra moral para compreender que Otelo é mais do que apenas “o mouro”