Em Caso de Inconveniência, Quebre o Feto
Você não odeia quando está lá, cuidando da sua vida e, do nada, a bancada evangélica vem e PÁ! Te engravida à força?
Não deixem de conferir as frases da semana (inéditas) na Gazeta do Povo!
Por milênios, a reprodução é um mistério para a humanidade. De onde vêm os bebês? Quando começa a vida? Mesmo após o homem andar na lua, essas perguntas continuam sem resposta.
Eu até entendo quem acha absurdo equiparar aborto a homicídio. No Brasil de hoje, já é um milagre o próprio homicídio continuar sendo equiparado a homicídio.
Embora isso só aconteça em casos isolados.
Com o surto de estupros imaginários, o número de abortos idealizados bateu recorde esta semana.
Daqui a pouco vão organizar um abortaço para defender o direito de escolha da nossa pátria-mãe solteira.
Porque é cada monstro que saiu daquele ventre…
Mas, se você voltar o suficiente na nossa árvore genealógica coletiva, em cada galho haverá pelo menos um macaco errado.
Quando se fala em métodos dos Illuminati para controle populacional, convenientemente esquecem de mencionar um: as balas Soft.
Um homem fingindo que é mulher, discutindo lei sobre o aborto fingindo ser sobre estupro, enquanto finge não defender estuprador.
E nós temos que fingir que acreditamos nisso tudo.
Depois reclamam que o brasileiro anda meio neurótico.
Dizem que é muito sol na cabeça.
Pablo Vittar, Duda Salabert, Erika Hilton e Linn da Quebrada — um baralho onde todas as damas são de espadas.
A feminilidade de Erika Hilton deveria ser declarada patrimônio cultural imaterial pela UNESCO.
E porque chamam Flávio Dino de ministro, quando ele é claramente um maxistro? Ou, pelo menos, um marxistro.
O brasileiro, este eterno goleiro do time visitante. Na série B.
No brasileiro, eu confio de olhos fechados. De olhos abertos, nem pensar.
Já no argentino, desconfio com os dois olhos abertos.
Como qualquer brasileiro normal, às vezes eu tenho vontade de tomar um banho de banheira. Com uma torradeira ligada no 220V.
Falando em banheira, urge acabarmos com a regra do impedimento no futebol.
O impedimento era para evitar o antijogo, não para medir se o jogador está um milímetro à frente ou não — como na era do VAR.
A modernidade matou o impedimento.
E eu sou a favor da descriminalização da maconha. O que eu sou contra é descriminalizar o maconheiro.
Na ausência do maconheiro, a maconha é só uma plantinha.
Libera o cultivo, processamento, distribuição e venda. Mas criminaliza o consumo.
“Uma erva natural não pode lhe prejudicar”, teriam sido as últimas palavras de Sócrates.
Sou insular e provinciano. Gosto do que é bucólico e pitoresco. Vou viver ao Deus dará.
O progresso não só é evitável, como desaconselhável.
— O senhor é muito ortodoxo!
— Não, é o senhor anda mal desinformado: sou bizantino mesmo.
Mantenha-se bem desinformado.
Entre descer o Estige e cruzar o Rubicão, é melhor evitar os extremos e ficar só boiando no Tietê.
Sentexto, um poema concreto sobre a censura:
“Pretexto”
Contexto?
Com texto.
Contesto!
Sem texto...
Ah, a Semana de 22, aquela tatuagem no cóccix da cultura brasileira.
Meu livro “Primavera Brasileira” está disponível na Amazon (em versões eBook e física), um livro de frases com a crônica do processo eleitoral (por falta de palavra melhor) que o Brasil sofreu em 2022.